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Gêmeos, mas diferentes

Apesar de serem semelhantes, os gêmeos são pessoas distintas e devem ser tratados como seres individuais. Veja dicas.

 

Por Laís Oliveira

As gêmeas Beatriz Kawahara Xavier e Luisa Kawahara Xavier, de seis anos, são fisicamente parecidas, mas têm gostos e desejos muito diferentes. Enquanto a primeira gosta de usar vestidinhos, prefere a cor lilás e não se importa em chamar atenção, a segunda é fã de shorts rosa e evita chamar a atenção. “Eles não têm as mesmas roupas, gostam de coisas diferentes. São pessoas completamente diferentes. Não as vejo como iguais, como uso os outros as veem”, diz a mãe das meninas, a publicitária Sueli Kawahara, 43 anos.

Desde o momento em que nasciam, as meninas eram encorajadas a manter sua singularidade. “Estou criando dois seres, não clones. Chegará o momento em que cada um seguirá seu caminho e quero que estejam seguros e não dependentes um do outro”, diz Sueli.

Especialistas aprovam essa conduta. “É importante incentivar a individualidade dos gêmeos e respeitá-la. A experiência com que cada um vivencia, de dentro da barriga, influencia na percepção de sua individualidade. No entanto, o fato de terem nascido juntos os constitui como um 'duplo', o que favorece o pensamento de que dependem um do outro. Como sempre na companhia do irmão, sobra pouco tempo para nos conhecermos melhor. Sua autoimagem tende a se basear no irmão como se ele fosse um “espelho”, explica a psicóloga Liana Kupferman, especialista em gêmeos.

A distinção deve ser feita a partir do nascimento dos filhos. “Conhecer o quanto antes que serão duas crianças com personalidades, temperamentos e necessidades diferentes ajudará a tratá-los e relacionar-se de forma diferente com cada um”, aponta Liana, que também é autora do estudo “Os Irmãos Relacionamento Gêmeos ao longo do Ciclo de Vida”.

Os pais devem resistir à tentação de vestir os gêmeos de forma idêntica. “A questão da mesma roupa é que, muitas vezes, isso reflete na forma como os próprios pais veem os gêmeos, de uma forma única, sem diferenciá-los ou singularizá-los – a forma como uma criança precisa construir subjetividade e personalidade”, explica psicólogo Magosso Cavagioni, do Ceia Psicologia e Educação.

“Deve ficar claro que o importante não é a separação física, mas estabelecer relações individuais com eles. Isso muitas vezes pode significar tratá-los de maneiras diferentes, pois cada um tem sua forma de agir”, destaca a psicopedagoga Vanessa Cristina Guilhermon Rodrigues.

 

Dicas para estimular a individualidade dos gêmeos:

- Trate-os como seres únicos

- Chame cada criança pelo nome e não se refira a elas como "as gêmeas"

- Reserve um espaço para todos na casa

- Evite vesti-los igualmente

- Compre roupas e brinquedos separadamente para que todos possam escolher o que gostam

- Não faça comparações entre eles


- Incentivar amizades individuais. Quando uma criança é convidada para uma festa, não significa que a outra também irá

- Agende atividades de acordo com sua preferência

- Na escola, dê preferência a salas separadas

Fonte: Ana Paula Magosso Cavaggioni, Psicóloga da “Clia Psicologia e Educação”; Liane
Kupferman, Psicóloga clínica especializada no tema da geminação e autora do estudo
“A Relação dos Gêmeos no Ciclo Vital”; e Vanessa Cristina Guilhermon Rodrigues,
psicopedagoga especializada em neuro psicopedagogia.

O artigo foi publicado na "Folha de São Paulo, Revista da Hora" - Gêmeos, mas Diferentes - Brasil, agosto de 2017

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O artigo foi traduzido pelo Google Tradutor. Veja o artigo original em português  aqui .

Capa Revista da Hora.jp2
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