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Individualidade em gêmeos

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A geminação é um tema interessante. Atrai olhares curiosos, surpresos e admiradores. Fui atraído por este tema quando Majoy Antabi (fundador do site multiple), há 9 anos, me convidou para colaborar com o portal através de artigos relacionados a gêmeos. Desde então, estudo o assunto e meu encantamento e curiosidade aumentam à medida que aprendo sobre eles, o que me levou a me especializar em gêmeos (PUC – 2010).

Por Liana Kupferman

Intrigou-me saber como duas pessoas (ou mais) com a mesma composição genética acabam se tornando pessoas com personalidades tão diferentes. O que os levou a ter uma forma de ver o mundo, pensar, se relacionar e se comportar de uma maneira particular? Os pais têm alguma influência nisso? Além dos pais, quem mais? Escola, amigos, família em geral, sociedade? Inúmeras pesquisas foram feitas para desvendar esse mistério.

 

Um estudo que se destaca foi o realizado na Itália por Pinnott, que analisou a interação entre gêmeos da vida intrauterina. Pinnott percebeu que dentro do útero, cada co-gêmeo já tinha sua forma particular de se relacionar: um era mais espaçoso, ocupando a maior parte da barriga da mãe, o outro mais agressivo com os "cotovelos", enquanto o outro era mais carinhoso, tendendo a acariciar o bebê. irmão e assim por diante. O mais incrível é que esses traços pareciam se perpetuar ao longo de suas vidas.

 

Outro estudo recente que nos ajuda a entender essas diferenças é que a composição genética está em constante mudança desde a concepção humana, ainda no ventre da mãe. Essas transformações ocorrem de acordo com o contato com o meio ambiente. Portanto, cada co-gêmeo já estará relacionado e será diferente apenas porque estão em lugares diferentes. Isso não significa que eles não terão semelhanças. Sim, eles vão, e muitos.

 

Vejo que o maior desafio para eles é justamente conseguir se diferenciar do irmão, e isso se torna uma luta constante, quase diária, e se manifesta de diversas formas. Digo que é uma “briga” porque o sentimento de ser diferente é ambíguo: ao mesmo tempo em que almejam essa diferença, é mais fácil, ou mais “seguro”, ser igual, quase uma forma de lealdade ao irmão. pergunte: “Devo vestir meus filhos de maneira diferente?” ou “coloco-os na mesma turma?”, enfim, “como deve ser a educação dos gêmeos?” Em primeiro lugar, acredito que não existam regras, como sempre ouvimos quando nos tornamos mãe: “Criança não vem com manual de instruções. ”.

 

Agora, o que podemos fazer é refletir. A individualidade se desenvolve de forma muito natural e os pais vão conhecendo-a aos poucos, é uma descoberta mútua. Vamos usar o exemplo da roupa. Se mesmo por questões de praticidade, você acaba usando-os iguais, o que é totalmente compreensível, é possível encontrar uma forma de diferenciá-los, mesmo que seja através de um acessório de cabelo, por exemplo, ou pela preferência da cor de cada um.


Poder ter flexibilidade, brincar de vez em quando, não há problema, e os pais sempre podem ajudá-los a tentar reconhecer quais são suas preferências. Os amigos podem ajudar fazendo um esforço para chamá-los pelo nome. A escola pode ajudar a respeitar o tempo de cada um: um pode aprender a ler e escrever antes do outro, por exemplo. Com bom senso e um pouco de sensibilidade, todos podem colaborar, e os gêmeos certamente agradecerão!

O artigo foi publicado no site "Papo de Mãe" (Chat de Mães)  - Brasil, outubro  2011

O artigo foi traduzido pelo Google Tradutor. Veja o artigo original em português  aqui .

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