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Amar nunca é demais matéria Melhor.jp2

Não existe amor demais

Dê ao seu filho a garantia de seu amor incondicional, mesmo quando as frustrações dele forem causadas por você. Sim, não é fácil. Mas essa é a sua maior prova de carinho e a forma de ele aprender a importância desse sentimento para sempre.

Ana Paula Pontes

    Como você descreve o amor que sente por seu filho? E o aperto no peito que vem com cada vez que você tem que dizer não? E aquela felicidade plena só de vê-lo sorrindo? Você provavelmente não será capaz de medir nem mesmo um sentimento que parece só aumentar. Mas, aposto, você fica pensando: amar demais pode ser prejudicial? Posso “estragar” meu filho dando-lhe carinho o tempo todo?

A resposta é não. Muito amor não faz mal. E temos a comprovação científica de que o carinho só faz bem a você. Um respeitado estudo que durou 34 anos, realizado pela Duke University, nos Estados Unidos, acompanhou 482 pessoas desde o primeiro ano de vida e mostrou que quanto mais forte o vínculo afetivo entre mãe e filho, menores os níveis de ansiedade, estresse e hostilidade na idade adulta. Sim, são os beijos e abraços que não cansamos de dar aos nossos filhos que os fortalecerão para quando tiverem que enfrentar conflitos mais tarde. Pense quantas vezes em um momento difícil é uma canção de ninar relembrar o colo que recebemos de nossos pais, avós, tios. E isso não é tudo.

    O lado emocional influencia a saúde física também. Segundo Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio-Libanês (SP), em consulta pediátrica, a doença não pode ser analisada isoladamente. Um atraso no desenvolvimento da criança - seja para sentar, engatinhar, conversar - ou até mesmo uma crise de asma, dor de cabeça ou barriga sem motivo aparente, pode acontecer por causa do ambiente ao qual ela está exposta. Para Danesi, nos primeiros meses de vida, não existe manhã. “O bebê acabou de sair do ventre da mãe, por quê! Precisa de carinho e conforto”, diz. Ou seja: beije, abrace, segure seu filho no colo quantas vezes quiser. Esse carinho precisa ser demonstrado o tempo todo, das mais variadas formas. E sim, você pode ir ao mar sem culpa!

    E colo é algo para dar a vida inteira. Mas à medida que a criança cresce, a forma e os limites mudam, você sabe, mas a essência não. A partir de sua experiência com a família, o psicólogo Ivan Capelatto alerta: o cuidado nunca pode ser negligenciado. “A criança precisa sentir que a família está presente em sua vida, que esse amor a acompanhará até crescer, que sempre poderá contar com ela, mesmo que a frustração seja inevitável”, diz. É como se estivéssemos dizendo: só porque eu te amo não significa que você terá tudo o que deseja. Nem de mim, nem dos outros. E você tem que ficar firme, mesmo depois que ele começar a gritar porque isso também é uma demonstração de carinho e é aí que vai nascer algo que a natureza não dá: a autoestima vai nascer. “É ela que vai proteger a criança do bullying, dar suporte emocional para que ela possa lidar com as adversidades, dar segurança para ela ter autonomia e fazer suas escolhas”, diz Capelatto.

    O amor pelo filho é algo tão difícil de descrever que há quem não saiba lidar com essa nova emoção e, surpreendentemente, chegue a acreditar que não ama o filho como deveria. Aconteceu com a atriz e professora de teatro Nádia Hellmeister Morali, 29 anos, mãe de Pedro, hoje com 2 anos. Para iniciar uma conversa sobre o amor que sentia pelo filho, ela logo se lembrou de como era delicado entender seus sentimentos nos primeiros dias com ele. . “Sempre me achei diferente de muitas mães porque não sabia bem o que sentir quando olhava para o Pedro. Fiquei surpresa quando percebi que, à medida que eu cuidava dele, esse amor aumentava”, conta Nádia, que percebeu em uma troca de fraldas de cocô como cada participante da vida do filho pode despertar esse amor que tanto idealizamos. Esse “ideal” é o principal ponto abordado pela psicóloga Liana Isler Kupferman . É algo que começa antes da gravidez, no desejo de ter um filho. Mas, quando o bebê nasce, ocorre a mudança do imaginário para o real e é nesse momento, digamos, “concreto” da relação que podem surgir dificuldades em criar um vínculo com o bebê. Mas esse sentimento é precoce. “O vínculo só se forma na convivência”, diz o especialista.

O artigo foi traduzido pelo Google tradutor. Veja o artigo original no site: https://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI189985-18161,00-AMAR+DEMAIS+NAO+FAZ+MAL.html

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